modular é necessário
terça-feira, 21 de junho de 2016
domingo, 19 de junho de 2016
quarta-feira, 15 de junho de 2016
segunda-feira, 13 de junho de 2016
Comentários sobre Tempos de Olívia
Festa de Lançamento de "Tempos de Olívia"
dia 22 de junho, às 19h
Bar do Museu Clube da Esquina. Rua Paraisópolis , 738 - Santa Tereza - BH (31) 2512-5050
ESSE NÃO DÁ PRA PERDER. MESMO! Lançamento de "Tempos de Olívia", de Patricia Maês. Há algum tempo, li seus originais e fui fisgado para sempre. Sei que a obra sofreu mutações. Patricia, como toda boa e séria escritora, altera sua obra até o último segundo antes de ir para a gráfica. Quando li, eis o que escrevi/senti:
“Tempos de Olívia” é plantação na aridez. Mas não uma aridez insossa; ao contrário, uma aridez das olivas já banhadas e evaporadas em sal ou lágrimas. A fotografia ou o filme é a espinha dorsal. Não há como, também, deixar de pensar na câmara escura, no claro/escuro e saber que, mesmo quando a película é revelada, o que pode haver é a assombração. De viver & seus medos & renovações.
Por isso o salto, o desprendimento. Somos todos culpados pelo simples fato de viver? Somos todos Meursault, personagem de Albert Camus em “O Estrangeiro”? Meur-sault: salto para a morte. O salto de Patrícia Maês é mais libertador, ainda que continuemos acorrentados na condição de ser humano, demasiadamente humano.
Ruptura dos desvãos do dia-a-dia, das personas societais, do que não é controlável. Como Lady Olívia, personagem da peça “Noite de Reis”, de Shakespeare. Em Patrícia Maês, nada da comédia britânica mas, como em Shakespeare, a tônica é o sentimento, ainda que turvo, ainda que engodo. O que permite a permanência da dignidade é a ciência de poder pensar e sentir, ainda que tenhamos que atravessar o labirinto de enganos chamado tempo. Um pensamento vale mais que mil palavras.
“Tempos de Olívia” é de uma beleza única. Mas uma beleza de roer cordas, como as de uma lona sobre um picadeiro que depende de hastes de madeira e cordas para se sustentar. Esta obra é um diário e um testamento naquilo que há de revelador e daquilo que oferece como patrimônio de uma mulher, de um homem, do desconhecido, do vizinho, qualquer uma/um que viveu. E ainda viverá muito, que a humanidade é infinita até acabar. Como “Tempos de Olívia”.
“A liberdade que ainda não compreendi”, diz Olívia, em determinado momento do livro. Patrícia Maês, em contrapartida, a assimilou muito bem. A liberdade. Operou uma certa magia: roeu cordas (internas, nas frases, no pensamento) e o circo permanece de pé, exuberante. Existir é ser e estar no mundo. E construí-lo. Parafraseando o ícone beat de São Paulo, Roberto Piva: Avante, Capitã Loucura! E, no final, qual palavra? “vendaval”.
“Tempos de Olívia” é plantação na aridez. Mas não uma aridez insossa; ao contrário, uma aridez das olivas já banhadas e evaporadas em sal ou lágrimas. A fotografia ou o filme é a espinha dorsal. Não há como, também, deixar de pensar na câmara escura, no claro/escuro e saber que, mesmo quando a película é revelada, o que pode haver é a assombração. De viver & seus medos & renovações.
Por isso o salto, o desprendimento. Somos todos culpados pelo simples fato de viver? Somos todos Meursault, personagem de Albert Camus em “O Estrangeiro”? Meur-sault: salto para a morte. O salto de Patrícia Maês é mais libertador, ainda que continuemos acorrentados na condição de ser humano, demasiadamente humano.
Ruptura dos desvãos do dia-a-dia, das personas societais, do que não é controlável. Como Lady Olívia, personagem da peça “Noite de Reis”, de Shakespeare. Em Patrícia Maês, nada da comédia britânica mas, como em Shakespeare, a tônica é o sentimento, ainda que turvo, ainda que engodo. O que permite a permanência da dignidade é a ciência de poder pensar e sentir, ainda que tenhamos que atravessar o labirinto de enganos chamado tempo. Um pensamento vale mais que mil palavras.
“Tempos de Olívia” é de uma beleza única. Mas uma beleza de roer cordas, como as de uma lona sobre um picadeiro que depende de hastes de madeira e cordas para se sustentar. Esta obra é um diário e um testamento naquilo que há de revelador e daquilo que oferece como patrimônio de uma mulher, de um homem, do desconhecido, do vizinho, qualquer uma/um que viveu. E ainda viverá muito, que a humanidade é infinita até acabar. Como “Tempos de Olívia”.
“A liberdade que ainda não compreendi”, diz Olívia, em determinado momento do livro. Patrícia Maês, em contrapartida, a assimilou muito bem. A liberdade. Operou uma certa magia: roeu cordas (internas, nas frases, no pensamento) e o circo permanece de pé, exuberante. Existir é ser e estar no mundo. E construí-lo. Parafraseando o ícone beat de São Paulo, Roberto Piva: Avante, Capitã Loucura! E, no final, qual palavra? “vendaval”.
Lucas Guimaraens
Works at UNESCO, Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais and Filosofia da Cultura e Instituições - Unesco
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