Ela é leve mas fica, e permanece sem precisar da força de nada e ninguém. Vai como um sopro, fino e impalpável, sutil movimento, um deslocamento das colorações dos instantes, como se eles trocassem entre si a ordem que seria natural de maior ou menor iluminação, de acordo com o cair da tarde, inventando-se assim numa outra matização, um deslocamento de imagens e tonalidades que mudam com a uniformidade instável de um caleidoscópio.
Mas é uma transformação nos matizes que se dá tão rápida, que ao mesmo tempo em que causa certa vertigem em quem observa, logo não é mais passível de considerações ou descrições muito precisas. O que passou foi um vento. E quem olhou, esqueceu da vida. Ficou.
Patricia Maês
Patrícia,
ResponderExcluirEsse instante se fez em mim metáfora de uma bailarina na sua beleza efêmera - tão fulgaz quanto extasiante - de uma dança de matizes.
Um beijo.
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Katyuscia
Eu me senti bem com a vertigem que seu texto me causou. Ficou.
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