Fala de Larissa, a personagem compositora da peça “Opus 48”.
“... Eu estava quieta até ali, não conhecia outras realidades além do cotidiano de alguém que é muito jovem... e eu só seguia as regras, cumpria os compromissos, distraida o tempo todo até da minha própria natureza.
Mas a música dele tocou. E as regras na minha vida acabaram.
Dali em diante meus dias ganharam objetivo: aprender a viver naquele espírito.
Aquela música era um verdadeiro compêndio de comportamento feliz, pensamento feliz, uma esperança desenfreada e inabalável de que o futuro não tinha nada de amedrontador.
Era um som de total liberdade... que me presenteava com uma espécie de toque mágico: tudo o que eu tocasse viraria outra coisa.
E eu descobria deslumbrada meu uso do ar novo, essa maneira de inspirar o vento da música e depois exalar o vento da transformação.
Sim, virei a portadora de grande revolução... imensa responsabilidade tanto despojamento.
O menor suspiro, minhas risadas, minhas explanações, tinham a missão maravilhosa de mudar.
Mudar. Que força.
Mudar. Que força.
E tudo isso é verdadeiro, aconteceu de fato: eu fui mesmo “reanimada” naquele encontro com os sons dele.
Nasci assim."
Nasci assim."
Patricia Maês
Na peça, isso é para um compositor.
Mas hoje eu até dedicaria as mesmas palavras ao Glenn Gould, no post acima.
Mas hoje eu até dedicaria as mesmas palavras ao Glenn Gould, no post acima.
Bonito, muito bonito...
ResponderExcluir