A natureza me ensinou uma coisa: dói
menos quando nos infiltramos, quando nos rendemos. Eu gosto de escrever meu
mimetismo com as coisas da natureza, porque nos correspondemos, eu e ela. Foi
um aviso de sabedoria em minha vida quando entendi minha relação com o mundo
natural. É uma relação de aceitação quanto às fragilidades. Na natureza só
temos vontade de dizer: não me machuque! Ao passo em que é justamente em
contato com ela que podemos nos fortalecer. Porque no mundo natural tem a tal
respiração, meu tema. Hoje estou cansada de tanto trabalho, e talvez por isso
esteja sofrendo da falta de ideias. Além disso despejei em meu último texto
tudo o que pensava e sentia por meu Nyx, atitude ousada e brava. Fui tanto até
os limites, que já sei até da situação de corpos putrefatos, das vestes de suor
das mulheres açoitadas e esquecidas. Assim a morte fica próxima e faço questão
de encará-la para entender melhor as sutilezas do medo do tempo. Quanta ruína
ainda vou ter de ver... e a única resposta a tudo isso é continuar desafiando o
esquecimento através do meu trabalho, disso que posso fazer.
Eu capturo o corpo escapando, solto o
que o flash quer segurar, solto tudo, deixo as imagens em revoada revolta
dentro do espaço delimitado pelos escombros do íntimo de cada personagem, e
assim provo que a liberdade existe em qualquer circunstância, mesmo na dor mais
aguda. Está tudo solto, eu sou solta.
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